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COLUNA GIRO

A parábola da roda gigante e a constatação entre a ficção e a realidade

Por Agencia de Notícias ODIA1 04/02/2022 às 15:17:15

Estava eu, me preparando para assinar o meu primeiro artigo para coluna Giro da ODIA1, imaginando o que deveria escrever, quando na estrada a caminho de João Pessoa, recebo um comunicado pelo whatsaap de que as minhas contas de campanha haviam sido aprovadas pela justiça eleitoral, após a apresentação de recurso pelo setor jurídico da campanha.

Do outro lado do smartphone a mensagem foi encaminhada pelo Dr. Dedé, advogado muito conhecido meu, não por atuação jurídica, mas das intemperes políticas travadas há alguns anos atrás.

Mas o que tem a ver a roda gigante, a ficção e a realidade com esse fato específico? Imaginem que em 2016 eu jamais pensei que Dedé fizesse qualquer defesa minha, em nenhuma esfera, da mesma forma jamais imaginaria escrever algo nesse teor a respeito dele.

Protagonizamos entre 2010 e 2016 uma das mais tensas "guerras políticas" de Mari, nos meios de comunicação e nas barras da justiça. Em lados opostos na política, as desavenças descambaram até para o campo pessoal. Natural numa luta entre opressor e oprimido, nesse contexto, Dedé se colocava como opressor, pois usava do poder da instituição prefeitura, para impor uma narrativa à opinião pública, em confronto com nossa maneira de ver, ouvir e entender os fatos de então. Para se contrapor a narrativa de Dedé nosso único instrumento era a comunicação, feita pelo rádio e pelos sites e blogs mais independentes.

Eis que a roda gigante começa a girar, para ambos, já no final de 2016 quando o projeto político avalizado e defendido por mim e outros segmentos da sociedade, antagônicos ao projeto de poder instituído em Mari com a colaboração do próprio Dedé, perde a eleição pelo voto do povo. Era a constatação de que a contra narrativa segurada por nós ao longo dos anos conseguiu interromper uma estrutura de poder que havia se instalado em Mari desde 2001 e que já estava se enraizando em outras esferas e segmentos da sociedade de forma majoritária, perseguidora e violenta.

A roda gigante girou, mas não durou muito e menos de 30 dias após a eleição, Dedé foi recebido com "pompas" e honraria pelo prefeito eleito, Antonio Gomes, e naquele momento, tivemos que "engolir" a seco a volta por cima de Dedé num giro de 360º.

Foram momentos de turbulência, entreveros e muito incomodo dentro do grupo de Antonio Gomes, pois conviver, ou ainda pior, compartilhar com Dedé uma conquista que ele não fez parte, ao contrário, trabalhou para atrapalhar, não seria algo tão simples.

O tempo passou e em 2020, Dedé foi indicado para compor a equipe jurídica da campanha de Antonio Gomes e na primeira reunião, fiquei com o pé atrás. Me questionava se poderia confiar depois de tantos embates, entreveros e ataques. Não me sentia confortável em colocar nas mãos de um suposto algoz questões tão importantes e delicadas, como as de uma campanha eleitoral. Mesmo assim, me mantive sereno e apostei para ver.

Na parábola da roda gigante, lá estava eu a depender da "boa vontade" e da consciência ética de Dedé. Não estava confiando propriamente em Dedé, estava confiante no profissional, no advogado Josenilson Avelino e não no político raivoso de outrora, se bem que ambos – Dedé da Prefeitura e Dr. Dedé – são a mesma pessoa, vivendo tempos distintos.

Deu certo. Dedé foi responsável pela defesa do recurso relativo a minhas contas, se comportou de forma ética, como requer os grandes profissionais.

As querelas políticas ficaram para trás e o que restou, de minha parte, apenas a parábola da roda gigante: quem já me ouviu falando a respeito de Dedé certamente estranha ler essas poucas linhas de reconhecimento de seu comportamento ético e também de agradecimento. É a lei da vida que transforma ficção em realidade.

Em tempo: Concluído meu primeiro texto para a coluna Giro que passo a assinar na ODIA1, agradeço a seus diretores a confiança de me oferecer esse espaço para escrever o que penso e disponibilizo integralmente os meus textos para ficarem a vontade para outros veículos reproduzirem.

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